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“A ponte é um negócio da China para os chineses”, diz Paulo Azi

O deputado federal Paulo Azi, presidente estadual do Democratas, questionou nesta segunda-feira (16) o contrato entre o governo do estado e o consórcio formado por empresas chinesas para a construção da ponte Salvador-Itaparica. Na avaliação de Azi, o acordo é “extremamente vantajoso” para os chineses, mas “muito perigoso” para o estado, que decidiu assumir o principal risco no negócio, que é o de demanda do tráfego na via.

“O governo deu uma garantia de demanda válida pelos 15 primeiros anos da operação, ou seja, quase pela metade do prazo de concessão. Além de se comprometer a fazer repasses anuais de R$ 56,2 milhões ao consórcio, o estado também vai aportar R$ 1,5 bilhão para a obra. É um negócio da China para os chineses. Já para o estado da Bahia, um rombo nas contas públicas”, afirmou o parlamentar, ressaltando não ser contrário à ponte, mas destacando a necessidade de maior debate para evitar um comprometimento “fatal” das contas do estado.

Azi também questionou o fato de o projeto final somente ser concluído após a assinatura do contrato. Pelo acordo, o projeto será feito no primeiro ano de contrato. “E quem garante que esse projeto trará as garantias mínimas? E se o consórcio fizer um projeto para baratear a obra e, o estado vai manter o valor dos repasses anuais e da contrapartida para a obra? Do ponto de vista legal, temos muitos problemas”, pontua.

O democrata criticou a priorização do estado em um projeto desta magnitude em detrimento dos serviços básicos do estado, como saúde, educação e segurança. “Para um governo que está fechando escolas e tem um dos piores Ideb, oferece uma saúde pública precária e não garante segurança pública ao seu povo, fazer este tipo de investimento não pode ser prioridade”, afirmou.

Ele também criticou o sucateamento do sistema ferryboat pelos governos petistas nos últimos anos. “O governo abandonou o sistema que, hoje, é o principal meio de travessia entre Salvador e a Ilha de Itaparica. Não quero crer que esse sucateamento foi proposital para justificar a necessidade da ponte, sob condições nada favoráveis para os cofres do estado”, diz.