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É importante o governo dar certo, afirma ACM Neto à Folha

Em entrevista publicada hoje, 4, no jornal Folha de S. Paulo, o presidente do Democratas, ACM Neto declarou que o partido ainda não definiu se apoiará formalmente o governo do presidente Jair Bolsonaro, mas disse que “é importante o governo dar certo”.

“O nosso compromisso é do país dar certo. Então é importante o governo dar certo”, afirmou o presidente do Democratas.

ACM Neto disse ainda que o principal objetivo do DEM no comando do Congresso é avançar a agenda das reformas, em especial a da Previdência. Embora seja uma pauta em comum com o governo, o presidente do partido espera que tanto a Câmara como o Senado avaliem a seu tempo a proposta a ser enviada pelo Planalto.

Confira a entrevista na íntegra:

Um dia após seu partido conquistar a presidência da Câmara e do Senado, o presidente do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, afirmou que a sigla vai combinar a independência do Legislativo com um espírito de cooperação com a agenda de reformas do governo.

A sigla ainda não definiu um apoio formal à base do presidente Jair Bolsonaro, mas ACM Neto, prefeito de Salvador (BA), disse que “é importante o governo dar certo”.

“O nosso compromisso é do país dar certo. Então é importante o governo dar certo”, afirmou o presidente do DEM.

O deputado Rodrigo Maia (Democratas-RJ) venceu na sexta-feira (1º) a eleição para a presidência da Câmara, e, no sábado, o senador Davi Alcolumbre (Democratas-AP), a do Senado.

ACM Neto evitou apontar a vitória do segundo como uma conquista exclusiva do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (Democratas-RS), principal estimulador da candidatura do senador.

“Eu apoiei [Davi] com muito cuidado. Porque tinha essa coisa de que o Democratas não poderia presidir as duas casas. Fui até o limite para não caracterizar isso, mas também garantir que os dois tivessem competitividade”, disse o prefeito.

RELAÇÃO DO DEMOCRATAS COM O GOVERNO

ACM Neto disse que o principal objetivo do Democratas no comando do Congresso é avançar a agenda das reformas, em especial a da Previdência. Embora seja uma pauta em comum com o governo, o presidente do partido espera que tanto a Câmara como o Senado avaliem a seu tempo a proposta a ser enviada pelo Planalto.

“Não creio que nenhum dos dois tenha motivação de criar dificuldade com o governo. Mas é claro que o governo terá de dialogar com o Congresso. Não é simplesmente mandar uma proposta e aprove-se. Mas eles não terão o espírito de criar dificuldade para o governo”, disse ele.

A sigla ainda não definiu sua posição formal em relação ao governo. Mas ACM Neto declarou que o partido não vai dificultar as reformas pretendidas pela equipe econômica.

“Independente se o partido vai anunciar um apoio formal, já tenho antecipado que o nosso compromisso é do país dar certo. Então é importante o governo dar certo.”

PROTAGONISMO NA VITÓRIA DO SENADO

O presidente do DEM reconheceu a importância da atuação de Onyx na candidatura de Alcolumbre, mas evitou distanciar a atuação dos representantes da sigla no Congresso na disputa daqueles que estão no governo federal.

“No fundo todo mundo se entende. É, talvez, o partido de maior coesão no Congresso. Não existe essa coisa [de DEMOCRATAS do governo e DEMOCRATAS do Congresso]. Eu apoiei [Davi] com muito cuidado. Porque tinha essa coisa de que o DEMOCRATAS não poderia presidir as duas casas. Fui até o limite para não caracterizar isso, mas também garantir que os dois tivessem competitividade”.

“Essa candidatura nasceu dele próprio, um cara bem relacionado que não tinha arestas e ele viu a oportunidade de se colocar. O Onyx comprou a ideia, o Caiado, eu comprei a ideia, todo mundo comprou a ideia. Dissemos para ele ir trabalhar, rodar o Brasil e procurar os senadores.”

ACM Neto disse que o presidente do Senado não será, no cargo, nem representante do DEMOCRATAS, nem do governo. “Davi vai ser do Congresso. Conhecendo como o conheço, vai trabalhar para unificar o Senado.”

SENADO RACHADO

O prefeito disse que o conflito que se estendeu de sexta até sábado (2) no Senado deixou feridas na Casa, que culminou com a desistência de Renan Calheiros (MDB) em disputar o posto. Questionado se temia o comportamento do emedebista a partir de agora, ele afirmou que Alcolumbre terá como função reunificar a Casa.

“Nesse momento, até para ajudar o governo, ele terá de unificar o Congresso. Conheço um pouco o Senado, as coisas vão se pacificar. Ele [Davi] vai trabalhar para unificar o Senado. O desafio do governo é se articular bem com o Congresso. As coisas só vão andar assim”, afirmou.

“Ele [Davi] tem muita habilidade política e sabe cultivar as relações pessoais. Foi esse o principal ativo dele.”

CONFUSÃO NA ELEIÇÃO

ACM Neto elogiou a atuação de Davi Alcolumbre na sexta-feira (1º), quando foi pressionado a deixar a presidência interina da Casa para conduzir a eleição. Para ele, todo o episódio o fortaleceu como o candidato anti-Renan.

“Ele demonstrou que, submetido a uma intensa pressão, foi capaz de manter a serenidade e não elevar o tom de voz e não ofender ninguém. A postura dele ali fortaleceu ele. Mostrou firmeza, mas não perdeu a compostura hora nenhuma. Talvez se não tivesse agido como agiu, o resultado teria sido outro”, afirmou.

CRESCIMENTO DO DEMOCRATAS

ACM Neto atribuiu a força do DEMOCRATAS nesta legislatura a um reconhecimento pelos anos de oposição ao PT, quando a sigla se reduziu a ponto de quase ser extinta. Ele negou que o crescimento venha a reboque do bolsonarismo.

“Quando a gente decidiu fazer oposição ao PT, fizemos uma opção de manter a coerência, preservar os nossos princípios. Isso nos custou tamanho, realmente perdemos muito. Mas quando a política começou a mudar, os ares começaram a mudar no Brasil, houve também um reconhecimento do papel que o partido teve. Isso nos permite pensar em crescer.”

CASO FLÁVIO

O presidente do DEMOCRATAS repetiu a tese do Planalto de que as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, não são assunto do governo.

“O assunto do Flávio é do Flávio. É um senador, não é um senador qualquer. Tem que ser tudo esclarecido. Se tiver algum erro, tem que ser punido. Mas não é um assunto do governo. Não pode transformar isso num assunto do governo.”