Publicação original da Tribuna da Bahia
O presidente estadual do Democratas, deputado federal José Carlos Aleluia, rebateu as declarações do ex-governador e candidato ao Senado, Jaques Wagner (PT), que acusou o prefeito ACM Neto (Democratas) de ter perdido o ‘timing’ [momento certo] para desistir da candidatura ao Governo do Estado. “Não vou ficar fazendo bravata porque não é do meu perfil, mas estava com medo de perder? Ficar sem cadeira? Achei até que estava sendo preparado corretamente, porque quando ele foi para a presidência do Democratas nacional, entendi que ele estava com cartão de visitas político pós-eleição na eventualidade da derrota. Mas, parece que eu errei. E ele deixa para falar isso no dia 6 ou 7 de abril. Não é que o outro grupo errou, quem errou foi ele [ACM Neto]. Largou os amigos dele no meio do caminho”, disse Wagner, ontem, em entrevista exclusiva à Tribuna.
“Claro que eu não concordo. O governador Wagner deveria estar preocupado com o seu grupo”, rebateu Aleluia. “Ele deveria explicar porque rifou Lídice [da chapa majoritária] e não preocupado porque Neto foi ou não foi candidato. Por que ele tirou Lídice, a única mulher da chapa? Por que ele resolveu fazer uma chapa só de homens brancos? São coisas que ele tem que responder e não ficar preocupado com a nossa chapa”. Aleluia classificou o arranjo democrata como “eclético”. “Nossa chapa é eclética, uma chapa diversa, com uma mulher, um afrodescendente, um homem do interior e gente da capital. Não é uma chapa só da capital, não é só de brancos e não é só de homens. Então, ele tem que explicar isso”, completou.
Ainda na entrevista, Wagner disse que uma eventual derrota o candidato carlista ao Governo, José Ronaldo (Democratas), deverá ser creditada na conta do gestor do Executivo soteropolitano. “Zé Ronaldo teve até espírito de grupo. Não sei se ele tinha outros motivos para se afastar da prefeitura de Feira de Santana”. O deputado discorda. “A vitória de Zé Ronaldo será uma vitória da Bahia. E a derrota dele será uma derrota da Bahia. A Bahia continuará o rumo de 13 anos em que nós somos o terceiro pior estado em matemática, apenas à frente do Amapá e do Pará. E em português somos o segundo pior estado, à frente apenas do Pará. Na segurança pública, quem mora na Bahia tem seis vezes mais chances de ser assassinado do que quem mora em São Paulo. Então, a derrota será da Bahia.”