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Democratas espera ampliar bancada e eleger até 45 deputados

Da Tribuna da Bahia, com Valor Econômico

Presidente nacional do Democratas, o prefeito ACM Neto espera que o partido eleja entre 40 e 45 deputados nas eleições de outubro, quando tentará retomar o grande porte do qual gozou no passado. “Pagamos um preço alto pela decisão de ser oposição ao PT, foram muitas as provações, mas fomos recompensados pelo compromisso com a coerência e os nossos princípios”, diz ACM Neto, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Na eleição de 2014, o Democratas elegeu apenas 21 deputados e ficou com a décima bancada da Câmara, à beira do extermínio, como decretara Lula. O topo se deu em 1998, quando chegou a eleger 105 deputados federais. Com a janela eleitoral, o Democratas está com 41 deputados, prova da importância que adquiriu depois do impeachment, quando passou a comandar a Câmara dos Deputados com o deputado Rodrigo Maia (RJ). Atualmente tem a quinta maior bancada), atrás apenas do PP, PSDB, MDB e PT. E pode, portanto, repetir o feito.

Nas eleições deste ano, o Democratas lançou oito candidatos aos governos estaduais – o maior número desde a disputa eleitoral de 2002, quando o partido também apresentou oito candidaturas e elegeu quatro governadores. O maior vexame se deu em 2014, quando disputou em apenas dois Estados e não elegeu sequer um governador. “Desde sua fundação, o PFL/Democratas nunca elegeu um governador na região Sudeste. A candidatura de Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, é uma chance real de o partido conquistar um governo na região pela primeira vez”, diz o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Medeiros, autor do estudo sobre o Democratas cujos dados são apresentados nesta reportagem.

Além do Rio, o Democratas tem candidaturas fortes aos governos de Goiás, com o senador Ronaldo Caiado. Mauro Mendes e Davi Alcolumbre lideram, respectivamente, no Mato Grosso e no Amapá. Na Bahia, de onde foi desalojado em 2006 pelo PT, o favoritismo é do governador Rui Costa, mas o jogo promete ser disputado devido, sobretudo, ao bom desempenho de ACM Neto na Prefeitura de Salvador. Para o Senado, o Democratas também entra com oito candidatos, a maioria integrada por nomes competitivos como Mendonça Filho (PE), César Maia (RJ), Jayme Campos (MT), Siqueira Campos (TO) e Rodrigo Pacheco (MG).

A origem primária do Democratas é a antiga Arena, partido criado junto com o MDB para contracenar a aparência de normalidade democrática numa ditadura militar. Depois passou a se chamar PFL e junto ao PMDB -sucedâneo do MDB – fez a transição da ditadura militar para o regime civil da Nova República. Qualquer que seja agora o resultado eleitoral, ACM Neto tem certeza do papel do Democratas, a partir de 2019, será importante para a governabilidade. Segundo Neto, o Democratas adquiriu musculatura e importância no centro político brasileiro, por onde necessariamente passará a estabilidade, seja qual for o presidente a ser eleito.