Apesar da promessa de campanha governador Rui Costa (PT) de que educação seria uma prioridade de seu segundo mandato, o governo do estado reduziu seus investimentos na área em 2019. Segundo dados do sistema Fiplan, o Executivo investiu R$ 78,9 milhões em educação no ano passado, contra R$ 80,2 milhões em 2018 – o que representa diminuição em torno de 1,6%. Os números foram extraídos na última quarta-feira (29).
O levantamento foi feito após o governador sancionar, nesta quarta, o projeto que autorizou a venda do terreno do Colégio Estadual Odorico Tavares, no Corredor da Vitória. Apesar de toda a mobilização social contra a venda da escola, que já foi uma referência, a Assembleia Legislativa (ALBA) aprovou o projeto, em regime de urgência, com os votos contrários da bancada oposicionista.
Para o deputado estadual Targino Machado (Democratas), líder da oposição na ALBA, os dados de investimento somados à venda do Odorico ilustram que educação, definitivamente, não é e não será uma prioridade da gestão de Rui Costa. “O governador, mais uma vez, não cumpriu o que prometeu quando, em seu discurso de posse para o segundo mandato, disse que iria priorizar a educação. Agora, o que vemos é a redução de investimentos em educação. Quero ver com que cara o governador virá à ALBA na próxima segunda (3) para ler sua mensagem depois de tudo isso”, disse.
No discurso na ALBA, o governador fez questão de ratificar a educação como grande prioridade do quadriênio, segundo texto divulgado pela própria assessoria de Rui. “Nosso foco será a aprendizagem e usaremos a nossa estrutura educacional para capacitar professores, diretores e coordenadores pedagógicos, mobilizar a comunidade e envolver as famílias para potencializar o ato de aprender”, afirmou, à época.
“Um ano depois, não observamos melhorias. Quem anda pelo interior do estado sabe que a situação das escolas estaduais é muito ruim. Além de não aumentar os investimentos, o governo tem fechado escolas, não apenas o Odorico, mas centenas de outras. Fechar uma escola é abandonar a juventude”, destacou Targino.
Ele ainda lembra que a Bahia detém o título indigesto de pior ensino médio do Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Lamentavelmente, não vemos nada ser feito para mudar esse quadro. Ao contrário, o governo tem fechado escolas e reduzido os investimentos. Falta boa gestão, eficiência e, de fato, investimentos para driblar os problemas e conseguir bons resultados”, frisou.