Pelo menos 100 cabeças de gado foram furtadas ou roubadas em fazendas do Recôncavo da Bahia somente entre os últimos domingo (5) e terça-feira (7). De acordo com fazendeiros da região, os casos ocorreram nos municípios de São Francisco do Conde, Santo Amaro, Candeias e São Francisco do Conde e representam um grande prejuízo financeiro, uma vez que o país atravessa um momento de valorização da arroba bovina.
A situação foi criticada pelo deputado estadual Targino Machado (Democratas), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), que recebeu as denúncias do fazendeiro José da Costa Falcão Júnior, conhecido como Júnior Falcão, dono da fazenda Dom João. Na noite desta terça-feira (7), 20 animais da fazenda dele foram roubados.
“O campo na região do Recôncavo está abandonado. De domingo para cá já foram roubadas mais de 100 cabeças de gado. Não há política de segurança para o campo. Acham que o fazendeiro tem que viver à própria sorte. A sensação é de impotência, tristeza, de saber que um negócio rentável não vai dar mais certo”, lamentou Júnior Falcão. No domingo, ele conta, outro fazendeiro teve 22 cabeças de gado roubadas.
Para Targino, estes casos ilustram a ineficiência do governo do estado no combate à violência, seja nos grandes centros urbanos ou na zona rural. “O que vemos na Bahia é uma onda de violência tomando conta da cidade e do campo, sem que o governo tome uma providência efetiva. Os baianos foram entregues à própria sorte pelo governo”, criticou.
O parlamentar lembra que os casos não se resumem ao Recôncavo, embora esta região esteja sendo, agora, o principal alvo dos bandidos. No ano passado, por exemplo, uma série de roubos de gado assustou moradores da região de Vitória da Conquista, no Sudoeste do estado, e ganhou repercussão em todo o estado.
“Além da própria sensação de insegurança, temos aí um prejuízo grande para os fazendeiros, que dependem desta produção para sobreviver e gerar emprego. O governo, até hoje, não pensou numa política efetiva para combater a violência que tomou conta do campo, apesar de os casos só aumentarem. Já passou aquele tempo em que as pessoas da zona rural podiam dormir com as portas abertas. Hoje, a realidade no campo é de enclausuramento por medo da violência”, afirma Targino.
Por fim, o deputado lembra que a Bahia mantém as primeiras posições no ranking nacional de homicídios e ostenta índices elevados de roubos, furtos e outros tipos de violência. “Sem falar na desvalorização do trabalho dos policiais, que trabalham com viaturas e delegacias sucateadas, especialmente no interior, onde observamos este crescimento absurdo da violência”, frisa.