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“Descaso com a saúde pública provocou a morte de mais uma grávida na Bahia”, diz Paulo Azi

Um mulher grávida morreu nesta segunda-feira (12) em Itapicuru, no Nordeste baiano, após aguardar, sem sucesso, uma vaga de UTI por meio da Central Estadual de Regulação (CER). Jussicleide Barbosa da Silva, 34 anos, deu entrada na Santa Casa do município na manhã deste domingo (11) com fortes dores e chegou a ser transferida para uma UPA em Rio Real, mas não resistiu à espera pela regulação. Ela deixa dois filhos.

O caso foi denunciado pelo deputado federal e presidente Estadual de Democratas, Paulo Azi, que voltou a criticar o governo do estado por não solucionar os problemas da regulação. Segundo ele, a situação, que já é crítica, tem se agravado. “As pessoas continuam morrendo nessa fila da regulação sem que uma medida enérgica por parte do governador Rui Costa (PT) seja adotada. Ao contrário, o que vemos é uma postura de negligência com a saúde da Bahia”, critica Azi, recordando que, na semana passada, um bebê morreu após nascer na recepção do Hospital Geral de Camaçari.

Segundo ele, é comum que os pacientes chegam a esperar semanas pela regulação, inclusive em casos que necessitam de atendimento urgente. “Como no caso desta grávida em Itapicuru, que infelizmente não conseguiu esperar pela regulação. Pelo interior e até na capital, basta ir nos hospitais para ver pessoas amontoadas pelos corredores das unidades de saúde sem atendimento”, ressalta, lembrando que a Bahia perdeu quase 2 mil leitos na rede pública nos últimos oito anos.

O caso

Já nas últimas semanas de gravidez, Jussicleide Barbosa da Silva foi à Santa Casa de Itapicuru sentindo fortes dores na manhã de domingo. Na unidade, a equipe médica percebeu a gravidade da situação e solicitou uma vaga em um hospital da rede estadual por meio da regulação. Já à noite, por volta das 20h45, sem que a transferência tivesse ocorrido, a equipe médica decidiu encaminhar a paciente para a UPA de Rio Real, cidade próxima a Itapicuru.

Lá, ela continuou a ser atendida, mas o quadro continuava grave e os médicos seguiram solicitando uma transferência ao estado. Uma unidade do Samu, que encaminharia a grávida para uma unidade adequada, só chegou às 4h desta segunda. A paciente não resistiu às dores e morreu antes de ser transferida.